O Brasil já teve em sua história diversos grandes
incêndios, que ceifaram muitas vidas.
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Gran-circo Norte Americano, em 1961, 503
vítimas.
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Edifício Andraus, 1972, 16 mortos.
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Edifício Joelma, em 1974, 180 mortos.
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Lojas Renner, 1976, 41 pessoas mortas.
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Edifício Grande Avenida, 1981, 17 pessoas
vitimadas.
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Edifício Andorinha, 1986, 21 pessoas mortas.
Além deste, sabemos de diversos outros sinistros
espalhados pelo mundo, e que tem em comum alguns aspectos: despreparo,
irresponsabilidade, ganância e corrupção.
As tragédias dos Edifícios Andraus e Joelma fizeram
com que a legislação brasileira referente a incêndios fosse repensada, e
embasada na normatização norte-americana e européia. A partir daí as condições
de habitabilidade se tornaram mais seguras. Em todo o país, e em cada estado
surgiram novas legislações, embasadas nas novas normas, a fim de preservar
vidas e patrimônio. Alguns estados brasileiros estão bem à frente neste
sentido, sendo os mais desenvolvidos São Paulo e Paraná.
O Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná tem mais
de 100 anos de história, de vidas salvas, de atos de heroísmo. Mas o que salva
mais vidas é o trabalho de suas seções de análise de projetos e de vistorias.
Com seu trabalho embasado em uma legislação moderna, das mais avançadas do país
no combate a incêndio e pânico, o Corpo de Bombeiros é responsável pela
segurança da população no que concerne à prevenção de incêndio.
Agora, chegamos a um novo limite, com a tragédia da
Boate Kiss, em Santa Maria. 231 mortes! 231 jovens.
E não é momento de buscar culpados. Isto fica a
cargo da justiça. É momento de mudar.
É momento do profissional que desenvolve o projeto
assumir seu lugar na sociedade e sua responsabilidade, e trabalhar o projeto
para a segurança da população que ali estará, ao invés de simplesmente fazer um
“projetinho do bombeiro”.
É momento de o proprietário deixar de lado o lucro
desmedido e atentar para a execução correta do projeto. Porque cada detalhe ali
contido pode salvar uma vida!
Mas principalmente, é momento dos órgãos públicos
realizarem sua tarefa de proteger a sociedade, através da emissão responsável
de alvarás e da fiscalização correta.
Chega de corrupção, de despreparo e de
irresponsabilidade. Chega de ganância e de “jeitinho brasileiro”. Chega de liberações
de alvarás baseados em amizade, força política e pagamentos escusos.
Quem anda na cidade vê locais inseguros, situações
inseguras, atos inseguros. Quem usa os espaços públicos convive no dia a dia
com riscos que se poderia evitar com a simples aplicação da lei.
Fica aqui a sugestão para que tratemos de forma
mais responsável estas situações. Que o Conselho de Segurança de Medianeira exerça
suas atribuições de forma a alertar as autoridades para condições inseguras nos
estabelecimentos de nossa cidade. Que possa sugerir medidas para preservar a
vida, enfim, que possa nos tornar cada dia mais cidadãos plenos.
Ed Maurício Azambuja da Silva
Arquiteto e Urbanista, Pós Graduação em Prevenção
de Incêndio e Pânico.
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